Brasil livre da Leishmaniose em 3, 2, 1
3 Informe-se sobre a Leishmaniose.
O que é Leishmaniose?

A Leishmaniose é uma doença transmitida tanto aos cães quanto ao homem pela inoculação de um protozoário por meio da picada do inseto popularmente conhecido como mosquito-palha ou birigui, cientificamente chamado de Lutzomyia longipalpis.
Parece complicado? Vamos simplificar. Na prática, o protozoário denominado Leishmania parasita as células de defesa do organismo do cão ou do homem causando uma série de sintomas e levando a alterações em órgãos vitais. As crianças são as principais vítimas da Leishmaniose, que é uma doença crônica e, se não tratada, leva à morte em 90% dos casos.
Quais são os tipos de Leishmaniose?
Existem dois tipos de Leishmaniose:
- A Tegumentar ou Cutânea
- A Visceral ou Calazar
A tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que podem, em estágios mais avançados, comprometer também as mucosas do nariz, da boca e da garganta. Já a Leishmaniose Visceral é uma doença sistêmica, que acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea.
Como a Leishmaniose é transmitida?
A Leishmaniose pode ser transmitida para o cão e para o homem e ocorre somente por meio da picada do mosquito-palha.
Não existe a transmissão direta, sem a picada do mosquito, tanto entre seres humanos, entre cães ou dos cães para os seres humanos e vice-versa.
Leishmaniose no Brasil e no mundo
A Organização Mundial da Saúde divulgou em 2018 dados sobre os casos notificados no mundo. Dos 200 países e territórios que notificaram à OMS, 97 (49%) foram considerados endêmicos, dos 200, 88 (44%) endêmicos para Leishmaniose Tegumentar e 78 (39%) foram considerados endêmicos para Leishmaniose Visceral, sendo que 69 (35%) eram endêmicos para as duas formas. Para o Brasil a notificação de novos casos reportados em 2018, foi acima de 1000 novos casos para a forma visceral e acima de 5000 novos casos para a forma cutânea da doença.
Leishmaniose Visceral
Em 2019 foram confirmados 2.529 casos novos de Leishmaniose Visceral (LV) no Brasil, com uma média de 1,2 casos/100 mil habitantes, com presença confirmada em 24 Unidades Federativas, distribuídas nas cinco regiões brasileiras, sendo os maiores registro de casos na região Nordeste (49,1%). A LV acometeu em 2019, principalmente adultos jovens (36,7%), na faixa etária de 20 a 49 anos, do sexo masculino (65,4%). Crianças menores de 5 anos também tem elevado registro de casos, 26,8% do total registrado em 2019. A taxa de letalidade por LV em 2019 foi de 9%, sendo a mais elevada dos últimos 10 anos. Nesse período, apesar da maior taxa de letalidade da LV ter sido registrada em adultos acima de 50 anos de idade (19,2%), destaca-se o elevado percentual nos menores de um ano (10,3%).
Leishmaniose Tegumentar
Em 2019 foram confirmados 15.484 casos novos de Leishmaniose Tegumentar no Brasil, com detecção média de 7,37 casos/ 100 mil habitantes, distribuída em todo o território brasileiro, sendo os maiores registros na região Norte (42,8%). A LT acomete principalmente os adultos jovens, na faixa etária de 20 a 49 anos (54,9%), do sexo masculino (75,2%). Do total de pacientes notificados em 2019, 67,1% evoluíram para cura clínica, enquanto 1,9% abandonaram o tratamento, com 19 óbitos por LT no ano.
Fonte:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Mar. 2021. Doenças tropicais negligenciadas. Link para acesso: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/media/pdf/2021/marco/3/boletim_especial_doencas_negligenciadas.pdf
Ruiz-Postigo, Jose Antonio, et al. “Global leishmaniasis surveillance, 2017-2018, and first report on 5 additional indicators/Surveillance mondiale de la leishmaniose, 2017-2018, et premier rapport sur 5 indicateurs supplementaires.” Weekly Epidemiological Record, vol. 95, no. 25, 2020, p. 265.
2 Aceite fazer o teste para diagnóstico da Leishmaniose se o veterinário sugerir.
Quais são os sinais clínicos da Leishmaniose?

Os sinais clínicos iniciais da Leishmaniose podem ser confundidos com o de muitas outras doenças, por isso o diagnóstico nem sempre é feito no primeiro momento.
Nos cães, pode ocorrer vômito, fraqueza, emagrecimento, acentuada queda de pelos, feridas de difícil cicatrização no focinho, orelhas e patas e um crescimento anormal das unhas. Mas há cães que não apresentam os sintomas e, mesmo assim, estão com a doença. Se forem picados pelo mosquito, eles darão continuidade ao ciclo da doença.
Nos seres humanos, pode acontecer febre prolongada e persistente, fraqueza, emagrecimento, baço aumentado e os sangramentos são comuns em casos crônicos e mais graves.
Como é o diagnóstico da Leishmaniose?
Quando o médico-veterinário tem a suspeita da Leishmaniose, são feitos exames para verificar a carga de parasitas na lesão por meio de raspagens e biópsias. O exame parasitológico é normalmente o primeiro a ser feito, por ser o mais rápido e de menor custo. Outros exames ajudam o diagnóstico, como o hemograma.
Também é possível realizar o Elisa (Ensaio Imunoenzimático) e a Imunofluorescência Indireta (IFI), que são exames sorológicos específicos.
Dentre os laboratórios nacionais, o TECSA é referência no diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina, com a realização de exames sorológicos (ELISA, RIFI e imunocromatografia) e pesquisa direta (por microscopia, imunohistoquímica e PCR Real Time).
Saiba mais clicando aqui.

* A Ourofino Saúde Animal não é responsável pelas análises laboratoriais, bem como não é responsável pelos resultados emitidos pelo TECSA.
1 Adote métodos de auxílio à prevenção da Leishmaniose.
Como prevenir a Leishmaniose em seu cão?
Estudos comprovam que a medida mais eficaz de prevenção da transmissão da Leishmaniose para o cão é pela proteção contra a picada do mosquito-palha, inseto transmissor da doença. Essa proteção é feita pelo uso de produtos veterinários que contêm substâncias com a propriedade de repelir o mosquito-palha. Alguns destes produtos causam também a morte desse inseto e controlam a população enquanto protegem o cão.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) preconiza o uso de coleira impregnada por Deltametrina como princípio-ativo para o combate do mosquito. Ela age como repelente e inseticida do mosquito-palha.
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses : normas técnicas e operacionais [recurso eletrônico].
Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 121 p.
Como prevenir a Leishmaniose em sua família?
A prevenção da transmissão da Leishmaniose em humanos é feita por meio de medidas que evitam as picadas do mosquito-palha e controlam a sua população.
As principais recomendações são colocar telas finas em portas e janelas de casa, retirar diariamente fezes dos animais, folhas e frutos em decomposição do quintal da casa, pois as larvas do mosquito-palha se desenvolvem em matéria orgânica decomposta, evitar a exposição ao mosquito, principalmente ao anoitecer e no início da noite, quando eles saem dos esconderijos para picar e têm sua maior atividade. Para quem mora em propriedades rurais, mais uma dica importante: manter o galinheiro e outros abrigos de animais limpos e afastados da casa.
Fontes: Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, OMS.
